quarta-feira, 31 de julho de 2013

Leituras de férias

Em modo de contagem decrescente para as férias, comecei a pensar nos livros que me vão acompanhar.

Leio durante o ano todo e sou incapaz de acabar um livro e não começar logo a pensar no seguinte. Mas durante as férias é diferente. Adoro passar horas a ler ao ar livre (agora com o G. não é tão fácil) e gosto de escolher com antecedência os livros certos. 

Às vezes até há livros que guardo para ler nas férias, porque sei que me vão saber melhor nessa altura.

Dito isto passemos às escolhas deste ano.

Primeiro, um autor que me anda a intrigar há um tempo, do qual nunca li nada. Philip Roth. Depois de umas pesquisas sobre o melhor livro dele para começar, escolhi o Complexo de Portnoy. Estou bastante curiosa, vamos ver.


A segunda escolha é de um dos meus autores preferidos. Nunca desilude. Prende e deslumbra sempre. Haruki Murakami. O livro é a Crónica do Pássaro de Corda. Tem 634 páginas. Estou claramente a contar que o G. fique cansado da brincadeira e durma sestas muito longas!


Em terceiro lugar, o Jogador, do Dostoiévski. Intriga-me a temática e tenho curiosidade sobre a forma como o autor vai descrever o desespero e a compulsividade.


Por fim, um livro que é, mais ou menos, de trabalho. Só vale levar para as férias porque é um tema do qual gosto mesmo e, por isso, conta na mesma como férias. Consumer ADR in Europe. Chistopher Hodges, Iris Benöhr, Naomi Creuzfeldt-Banda.


Concordam com as escolhas? Alguma outra sugestão? O que andam a ler?

terça-feira, 30 de julho de 2013

Nós no facebook!



Decidimos criar uma página do facebook para o blog!

A ideia é tornar o acesso ao blog mais fácil para quem prefere seguir blogs por essa via e, principalmente, facilitar a interação. Partilhem coisas connosco. Vamos conversar!

O link é este e está também ali na coluna à direita.

Para começar partilhamos alguns dos posts mais marcantes até hoje.

O top 3 dos mais vistos de sempre, o primeiro post do blog, os nossos preferidos.

Vão lá espreitar. Vale a pena.

Esperamos que gostem e que "gostem"!

segunda-feira, 29 de julho de 2013

G, o recoletor


"Pedras no caminho? Guardo todas. Um dia vou construir um castelo..." (autor desconhecido)

Tem sido esta a máxima do G. ultimamente. Só que não como metáfora. Se o deixarmos, ele apanha efetivamente todas as pedras do caminho.

E quando é deixado um bocadinho à solta é este o resultado...!

Estivemos a almoçar no castelo de Montemor e, enquanto os adultos conversavam, o G., a M. e a I. entretiveram-se a recolher pedras e paus.

E assim se começa a construir o castelo.


quinta-feira, 25 de julho de 2013

O segundo corte de cabelo





O segundo "qualquer coisa" raramente é digno de registo. 

Mas neste caso é. Porque apesar de ser o segundo corte de cabelo foi o primeiro "muitas coisas".

O primeiro corte de cabelo fora de casa. Sim, num barbeiro a sério.

O primeiro programa de homens. Com o pai e o avô, todos ao barbeiro cortar o cabelo. Na verdade não foi um programa só de homens, porque eu não resisti e fui assistir. Mas não cortei o cabelo, por isso conta, certo?

E ele estava tão compenetrado. Não foram precisos brinquedos, nem distrações. Viu o pai a cortar o cabelo e quando chegou a vez dele já estava convencido de que era uma coisa muito importante, um momento solene. E comportou-se como tal.

Ficou sossegadinho ao colo do avô e ia cumprindo as ordens - agora fica quietinho, agora olha para os teus sapatos. E o mérito também é do barbeiro de longa data do avô, que teve muita paciência e cuidado.

Ficou com um ar mais fresquinho e mais crescido. Quanto a esta última parte, o meu coração divide-se.

quarta-feira, 24 de julho de 2013

Equilíbrio trabalho-filhos



Às vezes olho à minha volta e parece-me que a sociedade é incoerente. Refiro-me ao equilíbrio da vida profissional com os filhos.

No trabalho somos olhados mais ou menos de lado se saímos antes das 19h - aquela assim não vai safar-se na carreira, de certeza.... Na escola, se chegamos às 19h o nosso filho é olhado com pena - olha, coitadinho, aquele é o que fica cá sempre até às 19h, quando todos os outros já foram para casa...

Não faz muito sentido, pois não?

Contaram-me no outro dia que um amigo que foi para a Comissão Europeia, habituado aos horários de cá, ficava sempre até tarde a trabalhar. Até que o chefe o chamou, preocupado, porque ele estava constantemente a trabalhar mais horas do que as que faziam parte do contrato e, portanto, ou o problema era do chefe, que não estava a gerir bem a distribuição do trabalho, ou era do próprio trabalhador, que era demasiado lento e precisava de demasiadas horas para dar conta do trabalho.

Resta saber porque é que cá se acha que o número de horas é o mais importante.

Eu não me posso queixar, consigo fazer bons horários, porque faço questão disso. Ainda não sei é se é à conta da carreira.

terça-feira, 23 de julho de 2013

Carregada, mas com estilo



O G. já está numa fase em que não é preciso levar a casa atrás quando se sai de casa.

Para mim, o essencial neste momento resume-se a duas fraldas, toalhitas, babete, chucha (para as eventualidades) e copo da água. Se formos a um restaurante acrescento um brinquedo ou um livro.


Ou ponho tudo numa mochila pequena, e ando com a mochila mais a minha mala, ou atiro tudo, mais ou menos contido, para dentro da minha mala.

Como nenhuma das soluções era grande coisa e uma pessoa tem o direito a recuperar a sua dignidade e estilo mesmo depois de ser mãe, decidi fazer uma bolsa que possa rapidamente pôr dentro da minha mala quando é preciso.

Cabe tudo menos o copo da água.


Escolhi um tecido de que gostei. Não me preocupei minimamente que fosse ao gosto de uma criança, já que apesar de ter as coisas deles, é para andar dentro da nossa mala.

Quanto ao modelo, segui estas instruções, e correu muito bem.


Nunca tinha posto um fecho em nada. Andava mesmo a evitar fechos, há anos, porque me parecia uma coisa que só podia dar para o torto.

Afinal não tem nada que saber, e com o truque dos bocadinhos de tecido azul nas pontas do fecho, ficou tudo direitinho.


Apesar de para primeira tentativa não ter corrido mal, acho que vou fazer outra... Esqueci-me que o tecido azul iria retirar espaço útil ao fecho (pormenores...), o que quer dizer que a caixa das toalhitas entra, mas a muito custo.

E acho que vou pôr o fecho ao comprido para o acesso às coisas ser mais fácil.

Mas até lá, a minha faceta de mãe e a minha faceta de mulher estão muito felizes por terem arranjado uma solução que agrada a ambas. 

segunda-feira, 22 de julho de 2013

Pessoas que não têm nada para dizer, mas...



"Depois de tudo o que já foi dito por aqueles que falaram antes de mim, nada mais há a dizer, pelo que serei muito breve nas minhas palavras".

Desconfiem sempre - e muito - de uma introdução como esta.

É coisa para o discurso demorar mais do que todos os outros juntos.

E para esta pessoa só se calar depois de começar três ou quatro longos parágrafos com um: "E para terminar...".

O pior é que, na verdade, estas pessoas não têm realmente mais nada para dizer!

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quarta-feira, 17 de julho de 2013

Dilemas da vida em sociedade



Preciso de deixar desde já bem claro que eu sou uma pessoa de dois beijinhos, um de cada lado, para equilibrar as coisas. Não sei porquê, porque não é especialmente eficiente, nem revelador de grande intimidade, mas sou e pronto.

Mas nem todas as pessoas são pessoas de dois beijinhos e isso dificulta muito a vida, a uns e a outros, que ficam ou são deixados pendurados no momento de oscular.

Pessoas confiantes dão um ou dois, conforme o estilo, e seguem. Se o outro quiser dois, fica à espera com a cara estendida, porque o cumprimento já lá vai. Se o outro só quiser um, azar, dá dois, que a confiança assim o impõe.

O que fazer quando, no início de um encontro formal, tens de cumprimentar uma data de pessoas com beijinhos?

Suponhamos que dez.

Aí umas três ou quatro já sabes que vão ficar por um beijinho, uma ou duas já decoraste que dão dois. As outras não fazes a mínima ideia.

Irão estender-te a mão? Dar um beijinho e fugir de rompante? Esperar que dês o segundo enquanto, a medo, te preparas para sair após o primeiro?

Como é que se resolve este dilema?

terça-feira, 16 de julho de 2013

Rotinas de ir dormir


O que mais gosto nos blogues são as ideias. Aquele momento em que abro um post e penso: esta ideia é fantástica. Claro que as fotos e as cores também alegram o nosso dia, mas são as ideias que marcam e que podem mudar qualquer coisa em nós. E felizmente, há muitos blogs assim, que me inspiram.

Um dos que está sempre a deslumbrar-me é o Design Mom da Gabrielle, onde hoje li um post que me deixou a pensar.

As rotinas antes de ir para a cama são muito importantes cá em casa. Lavar os dentes, história, óó. Mas à medida que o G. vai crescendo estas rotinas vão evoluindo e foi por isso que o post me prendeu a atenção.

Uma das rotinas de ir para a cama na família da Amy consiste em cada um escolher as três coisas preferidas do dia, pelas quais estão gratos. 

Parece-me uma boa ideia por vários motivos. Obriga-os a acalmar, torna-os mais conscientes do dia e das coisas que vão acontecendo, ajuda-os a valorizar o que têm e é uma forma de partilha e de cumplicidade com quem os está a ouvir.

Eu acrescentaria, talvez, dizerem também uma coisa que acham que não fizeram tão bem e que poderiam melhorar. Assim, também os faz pensar sobre as atitudes que tiveram durante o dia e pode ser o momento ideal para conversar sobre uma birra ou um disparate que tenham feito e que na altura, a quente, não valia a pena debater.

Esta vai já direta para a minha lista mental das coisas a fazer quando chegar o momento. Concordam?


domingo, 14 de julho de 2013

Sorvetes



Os sorvetes ou popsicles, nome que acho bastante mais divertido, andam por todo o lado, na blogosfera e no pinterest.

Claro que não são novidade, mas nunca me tinha lembrado de experimentar. 

Agora que experimentei, desconfio que vão ser moda cá em casa neste Verão... se o sol, entretanto, resolver regressar.


Estes são de morango, mas podem ser feitos com qualquer fruta. E até é uma ótima forma de aproveitar a fruta que está a ficar muito madura.

São saudáveis, porque são praticamente só fruta, e muito refrescantes.

Estes foram feitos assim:

Uma mão cheia de morangos;
Um copo de água;
Sumo de 1/4 de limão;
1/2 colher de sopa de açúcar.

Pus tudo dentro do liquidificador, triturei e despejei para dentro das seis forminhas (estas são do Ikea). Pus dentro do frigorífico e no dia seguinte tínhamos sorvetes para o lanche!


Entre os próximos a experimentar estão os de melancia com hortelã, de limão e de pêssego. Alguém tem mais sugestões?

quinta-feira, 11 de julho de 2013

Televisão no quarto - Lado B


O impedimento do silêncio


Sempre tive o hábito de ler na cama antes de adormecer. Às vezes não chegava a meia página, é certo, mas era o aconchego necessário antes de fechar os olhos.

Lá em casa havia apenas uma televisão, na sala, e a minha mãe sempre fez questão de banir as televisões dos quartos.

Ele já vinha com a televisão no quarto acoplada quando casamos, e ela lá ficou sem que eu tivesse feito grande esforço para a tirar.

A verdade é que é fácil a pessoa habituar-se. Ver uma série já deitadinhos, um filme quando está frio demais fora dos cobertores.

Mas não gosto. Deixei de ler antes de adormecer. A maior parte dos dias adormeço meia torta a meio de qualquer programa. Preferia ter uns minutos de silêncio antes de dormir, tranquilidade para terminar um dia agitado.

Mas quem é que o convence...?

terça-feira, 9 de julho de 2013

Televisão no quarto - Lado A


A Janela do Mundo


Ponto prévio: enquanto estava a escrever este texto, Ela disse-me que estava cansada e foi para o quarto ver televisão.

Na minha opinião, a existir televisão numa casa, o quarto é o melhor sítio da casa para a ver.

A televisão serve para descontrair, ao fim da noite, a dois, com a partilha de uma série. Serve para descansar, numa tarde de fim-de-semana, enquanto o G. dorme a sesta, na companhia de uma comédia romântica.

E pouco mais...

A não ser quando joga o Benfica. Nesse caso, a televisão também serve para ver o Benfica. E isso pode fazer-se no quarto, na sala, na cozinha ou na casa de banho.

A televisão na cozinha parece-me especialmente nociva da vida em família: se há momento de união, em que se pode partilhar tudo o que se passou durante o dia, é o do jantar.

A televisão na sala pressupõe que ver televisão é um programa de família.

Será? Digam-me!

Quanto a nós, temos três televisões em casa, no nosso quarto, na sala e no escritório. Devemos ver, no máximo, uma média de trinta minutos de televisão por dia, vinte e cinco dos quais no quarto e os outros cinco na sala.

Mas também é verdade que a nova televisão é o ecrã do computador... e nesse passamos, talvez infelizmente, muitas horas do nosso dia.

segunda-feira, 8 de julho de 2013

A sonhar com teepees



Tenho andado a sonhar com teepees. Um refúgio para brincadeiras. Será demasiado cedo para o G. achar piada?

Agora que comecei a pensar nisto (nem sei de onde veio) acho que não vou conseguir esperar muito mais tempo.

Na minha cabeça já rodopiam possibilidades de cores e tecidos e raciocínios elaborados sobre como construir a estrutura sem utilizar nenhuma ferramenta (cá em casa não confio em ninguém com um berbequim...). 

E já tenho saudades da minha máquina de costura.



Enquanto vou avaliando e sonhando e imaginado o G. a espreitar pela abertura, ficam alguns dos modelos que me chamaram a atenção no pinterest.



Este é mais feminino e romântico. Acho que se tivesse cinco anos me sentiria uma princesa. E gosto da ideia das luzinhas de Natal.



Uma tenda, em vez de um teepee. Também é uma hipótese mas parece-me menos aconchegante.



E para mim pode ser um destes, obrigada!

quinta-feira, 4 de julho de 2013

Brincadeiras na varanda



Uma ideia simples deu para mais de uma hora de brincadeiras refrescantes.



Dois alguidares com água na varanda e uns baldes e forminhas para passar a água de um lado para o outro. 

Eu só tive de me recostar a apanhar o sol do fim da tarde enquanto o G. lançava Ahhs e Ohhs de cada vez que a água caía para cima dele.

segunda-feira, 1 de julho de 2013

A vida tranquila


"Às vezes penso que a vida tranquila é inimiga de uma vida tranquila. Tenho o que quis ter, sou feliz porque nada me falta para ser feliz. Vivo num equilíbrio certo e tão imune a tudo que me vejo obrigada a ele, incapaz de tristezas profundas ou infelicidades justificadas.

Há outras maneiras de ser feliz que não conheço mas intuo, serão fugazes e ardentes, arrebatadoras, isso, arrebatadoras. Como chegar ao cimo da montanha russa para depois descer e subir de novo, e assim sempre. Só loucos ou poetas podem acreditar que depois de um cimo vem outro maior e outro ainda, mas é assim que vivem, por isso cantam e gritam como eu não. E, no entanto, tenho dentro de mim partes descontentes que esperam há muito. Por que diabo esperam? 

Falta-me imaginação, uma imaginação inútil, capaz de inventar o que não preciso e que tanta falta me faz. Vejo as minhas amigas e ouço o que me contam, as futilidades que praticam, felizes de as praticarem, condeno-as com o que sou e invejo-as com o que gostaria de ser."

(Nuno Camarneiro, Debaixo de Algum Céu, Leya, 2013)

Acabei de ler esta passagem sem fôlego por ser tão arrebatadora e tão certa. E cheguei à conclusão de que tenho muito medo que isto me aconteça.

Depende apenas de mim, o que me descansa um pouco, mas deve ser tão fácil resvalar para a vida tranquila em que não falta nada para ser feliz e, no entanto, falta tudo. Um alerta de vez em quando é bem-vindo!