segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Que escola para amanhã?



É preciso pensar muito bem no presente e no futuro da educação no nosso país.
 
Ficam aqui passagens de uma entrevista muito interessante a Alberto M. Carvalho, superintendente do Condado de Miami Dade, na Revista do Expresso desta semana.
 
"Estamos a criar um novo modelo educativo para a nação, quem sabe até um modelo de reforma internacional. Um ensino de financiamento público, com eliminação drástica de custos administrativos, de burocracia... Ao mesmo tempo que nunca despedi um professor por razões económicas, não renovei o contrato a mais de 6000 professores considerados incompetentes e despedi dezenas de diretores de escolas".
 
A propósito de Portugal: "É sempre triste não renegociar com professores que podem ser até muito bons mas não têm tantos anos de serviço. Um sistema que tem a longevidade como único critério de emprego não tira vantagens do talento de certos professores".
 
"Um dos principais problemas das políticas de educação é que são feitas por adultos e para adultos. Há demasiadas reformas educativas pelo mundo focadas nas questões dos adultos , que excluem os benefícios dos estudantes. As crianças não têm sindicatos. Nunca pensamos nelas como clientes, mas a educação é uma indústria social".
 
"A localidade onde as crianças vivem não pode determinar a sua educação".
 
Pensando num horizonte de 30, 40 ou 50 anos, quando acalmar a febre da crise, é preciso pensar no melhor modelo para o dinheiro que temos. É preciso repensar tudo, porque a nossa escola contribui atualmente muito pouco para a mobilidade social. E é muito injusto para os nossos estudantes, e terrível para o serviço público, que melhores professores sejam dispensados e piores professores continuem a arrastar-se por algumas escolas.

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