sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

O G. e o Benfica

 
 
Sem querer influenciar a orientação clubística do miúdo, aviso desde já que se não for do Benfica vamos ter problemas cá em casa!
 
Para já, nasceu num sexta-feira e na terça-feira seguinte já era associado.
 
Se os estatutos do clube não forem entretanto alterados, quando puder votar pela primeira vez, aos 18 anos, terá direito a 20 votos e, quando tiver 25 anos, terá direito a 50 votos.
 
Não liga nenhuma aos jogos de futebol na televisão - nisso sai à mãe, para já - mas quando ouve a palavra Benfica, no contexto certo, que ainda não percebemos bem qual é, levanta os braços para festejar um golo e a felicidade fica estampada no rosto. E nada de dizer Sporting à volta dele que ainda se põe a fazer o mesmo retirando a magia do momento...

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

As rotinas

A vida implica rotinas e a vida com bebés implica ainda mais rotinas.

O fim da tarde com o G. implica sempre dar banho, dar o jantar, brincar um bocadinho ou ler-lhe um livro e pô-lo na cama. Habitualmente esta rotina demora cerca de 1h30, apesar de incluir também o nosso jantar que agora já é ao mesmo tempo que o dele.

Na maior parte dos dias adoro esta rotina – chapinha na água, foge quando o quero vestir, refila sempre pelas mesmas razões, bate palminhas, mostra onde é que lhe devo calçar as meias, grita quando a comida não vem à velocidade adequada, enfim… é bom!

Mas há dias em que não apetece mesmo nada. Nesses dias não me lembro das pequenas coisas. Nesses dias parece-me que é apenas uma repetição, uma série de tarefas obrigatórias e maçadoras. Apetece-me ir jantar fora ou passear. Falta-me a liberdade de decisão.

Ontem foi assim, mas hoje já me apetece outra vez chapinhar e bater palminhas e refilar e repetir!

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terça-feira, 4 de dezembro de 2012

De repente, chegou o dia...

... em que, pela primeira vez, tive fazer uma coisa para o G. levar para a creche. Vá-se lá saber porquê, parece que é ponto assente que todas as mães nasceram com habilidades manuais ímpares, que são chamadas a demonstrar assim que possível. 
 
Felizmente a solicitação não implicava desenhar, caso contrário a coisa não teria corrido bem...
 
Pediram-me para fazer um enfeite para a árvore de Natal.
 
Já que o G. ainda não consegue colaborar tentei pensar numa forma de ele participar e lembrei-me de fazer qualquer coisa com a forma da mão dele.
 
Depois de umas deambulações pelo Pinterest descobri um Pai Natal que me serviu de inspiração.
 
A parte mais difícil do projeto foi, sem dúvida, conseguir que o G. me deixasse desenhar a mão dele. Esperneou e gritou mas acabou por ceder colaborar.
 
Depois foi só pegar em feltro e tecido nas cores necessárias, montar tudo e cozer à volta.
 
 
Saído da máquina de costura, e já sem o excesso de tecido, o Pai Natal tinha forma mas ainda lhe faltava a personalidade.
 
 
Essa foi acrescentada através do olhar e do sorriso, com a ajuda de uma agulha e linha.
 
 
Está feito!

E já que estava com a mão na massa (no caso, nos enfeites) apeteceu-me recriar uma memória que tenho de quando eu própria era pequena e a escola nos atribuiu como tarefa fazer um pompom para a árvore gigante que todos os anos montavam no corredor. Lembro-me de ter demorado horas a fazer o meu pompom com dois círculos de cartão e quilómetros de lã que tinha de passar pelo buraco central dos círculos.

Felizmente, hoje em dia há umas peças que substituem o cartão e num instante se faz um pompom.



Fiz uns quantos para a nossa árvore, até porque este ano não dá para pôr bolas que se partam...

 
 
...e fiquei feliz!
 
 
 

Escolher a roupa do G. pela manhã

Uma das tarefas mais complicadas da manhã é a escolha da roupa do G. Ela já saiu para o trabalho e a responsabilidade pela figura que o nosso filho vai fazer na creche é minha.
 
Conjugar duas peças de roupa - a tarefa do verão - é fácil, mas três peças começa a ser um desafio, uma tarefa hercúlea.
 
Primeiro, é preciso escolher um par de calças, idealmente confortáveis, porque a ginástica é uma das atividades do dia. Abro o armário e as que estão por cima parecem quase sempre perfeitas.
 
 
Já temos calças, filhote!
 
O babygrow não releva, porque fica por baixo e não queremos complicar. Temos agora de escolher uma t-shirt de manga comprida. Tem de ser uma com cor, para animar o dia.
 
Esta é perfeita.
 
 
E agora, falta a camisola! Começo a suar. Na creche não vão dizer-me nada se o G. não estiver na moda, mas não quero fazer má figura. E logo à tarde vou ser gozado quando Ela o for buscar...
 
Tenho quatro opções.
 
 
Bloqueei!
 
Ajudem-me: o que escolho?

domingo, 2 de dezembro de 2012

Nova identidade



Quando começámos a escrever aqui tínahamos apenas vontade de experimentar, não sabíamos muito bem o que este espaço seria.

Entretanto fomos escrevendo e chegámos à conclusão de que o nome que tínhamos escolhido não era esclarecedor quanto ao conteúdo que aqui partilhamos.

O que distingue o blog é o facto de sermos dois, de mostrarmos duas perspectivas sobre a mesma realidade, que partilhamos.

E, portanto, passamos a escrever A Soma dos Dois: sou eu e Ele, somos nós e o que dessa união resulta!

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Viver a dois #1 - A gestão do dinheiro - Lado A

 
No outro dia ao almoço, no trabalho, falava-se da gestão do dinheiro quando se vive com alguém.

As conclusões foram que cada casal geria de maneira diferente.

Havia sempre um dos dois que assumia as rédeas da organização das contas mas fora disso os modelos eram todos diferentes:

  1. Conta comum , onde caem ambos os ordenados, e da qual se paga tudo.
  2. Conta comum, onde caem ambos os ordenados, e da qual se pagam as despesas comuns, sendo mensalmente retirado um valor para a conta individual de cada um para gastos pessoais.
  3. Duas contas individuais onde caem cada um dos ordenados, sendo mensalmente transferido um valor para a conta comum (que varia ou não em  proporção ao ordenado de cada um) para serem pagas as despesas comuns.
Antes de casarmos discutimos este assunto e não chegámos logo a um acordo. Ele preferia o primeiro modelo, eu o segundo.

Parecia-me uma grande perda de liberdade o facto de o dinheiro estar todo em conjunto, porque a responsabilidade associada a cada decisão de compra é muito maior. E agradava-me a ideia de ter uma quantia por mês para gastar como quissesse, ainda que acabasse por não a gastar, sem haver qualquer possibilidade de censura da outra parte. Afinal, ainda no outro dia tinha adquirido a minha independência financeira e a liberdade de gastar, mesmo em coisas fúteis só porque posso e me apetece, não me apetecia abdicar dela.

Acabámos por optar pelo primeiro modelo, com possibilidade de passar para o segundo se começasse a haver conflito quanto a gastos com os quais um de nós não concordasse.

Até ver, acho que o primeiro modelo foi a melhor opção no nosso caso. Ele faz lindas tabelas e gráficos de excel que me mostra no final de cada mês, gerindo o nosso dinheiro mil vezes melhor do que eu alguma vez teria capacidade e paciência para fazer.

A questão da liberdade ainda me incomoda de vez em quando mas é apenas uma questão psicológica porque na prática eu compro exactamente as mesmas coisas que compraria se tivesse um valor para gastos pessoais.

Na prática é muito mais fácil a pessoa ter apenas um cartão multibanco e não ter de pensar se paga com este dinheiro ou com aquele. E o sentimento de partilha e de que tudo é nosso é bom!

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Viver a Dois #1 - A gestão do dinheiro - Lado B



Ora aí está uma questão muito pertinente!!

O dinheiro pode ser um dos principais fatores para envenenar uma relação entre duas pessoas - familiares, amigos, colegas de trabalho, conhecidos...

E isto independentemente de se ter ou não muito dinheiro. Se é verdade que, "em casa onde não há pão, todos ralham e ninguém tem razão", não é menos verdade que o excesso de pão pode levar a indigestões bem mais marcantes.

Como gerir o dinheiro quando duas pessoas que trabalham e têm rendimentos vão viver juntas?

A chave para o sucesso, quanto a mim, está na decisão, está na reflexão sobre o assunto. Dependendo das características de cada um, a melhor solução é variável.

No nosso caso, sendo os dois equilibrados nas despesas, parece-me que o melhor é a conta conjunta, sendo tudo retirado do mesmo bolo. Um dos dois fica com a gestão, cada um gasta o que quer e as decisões mais relevantes são tomadas em conjunto!

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terça-feira, 20 de novembro de 2012

Sapatos indiscretos

O momento alto do meu dia de ontem. Ele liga-me e diz-me:

- Estou aqui na Faculdade e reparei agora que vesti o fato preto mas em vez dos sapatos calcei os ténis castanhos. Achas que tenho de ir trocar?

Ri-me durante 5 minutos, depois disse-lhe que se não queria ser gozado pelos alunos para o resto da vida era melhor ir rapidamente a casa e, depois de desligar, passei as duas horas seguintes a sorrir involuntariamente cada vez que me vinha à mente a imagem dele no meio da Faculdade de fato e a olhar para os ténis.

Ainda assim, a escolha do calçado podia ter sido pior...!



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segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Que escola para amanhã?



É preciso pensar muito bem no presente e no futuro da educação no nosso país.
 
Ficam aqui passagens de uma entrevista muito interessante a Alberto M. Carvalho, superintendente do Condado de Miami Dade, na Revista do Expresso desta semana.
 
"Estamos a criar um novo modelo educativo para a nação, quem sabe até um modelo de reforma internacional. Um ensino de financiamento público, com eliminação drástica de custos administrativos, de burocracia... Ao mesmo tempo que nunca despedi um professor por razões económicas, não renovei o contrato a mais de 6000 professores considerados incompetentes e despedi dezenas de diretores de escolas".
 
A propósito de Portugal: "É sempre triste não renegociar com professores que podem ser até muito bons mas não têm tantos anos de serviço. Um sistema que tem a longevidade como único critério de emprego não tira vantagens do talento de certos professores".
 
"Um dos principais problemas das políticas de educação é que são feitas por adultos e para adultos. Há demasiadas reformas educativas pelo mundo focadas nas questões dos adultos , que excluem os benefícios dos estudantes. As crianças não têm sindicatos. Nunca pensamos nelas como clientes, mas a educação é uma indústria social".
 
"A localidade onde as crianças vivem não pode determinar a sua educação".
 
Pensando num horizonte de 30, 40 ou 50 anos, quando acalmar a febre da crise, é preciso pensar no melhor modelo para o dinheiro que temos. É preciso repensar tudo, porque a nossa escola contribui atualmente muito pouco para a mobilidade social. E é muito injusto para os nossos estudantes, e terrível para o serviço público, que melhores professores sejam dispensados e piores professores continuem a arrastar-se por algumas escolas.

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Cara ou coroa?

 
 
Na sexta-feira demos por nós com a noite pela frente, com o G bem entregue aos avós, e sem decisão quanto ao sítio onde jantar.
 
Decidimos então deixar à sorte... Afinal sempre era dia do desassossego.
 
Pegámos numa moeda, que acabaram por ser duas, porque a primeira deixei-a cair no carro nalgum buraco obscuro, e atirámo-la ao ar!
 
Por nós, a moeda foi tomando sucessivas decisões: Cascais ou Lisboa? - Cara ou coroa, saiu Lisboa. Apanhamos a Segunda Circular? - Cara ou coroa - sim. E por aí fora, fomos eliminando uma a uma as saídas da Segunda Circular até sairmos para a zona da Expo. Depois foi só ir perguntando esquerda ou direita até nos encontramos numa zona com restaurantes.
 
Assim, de cara em cara fomos parar ao Sushi Time, que não conhecíamos, e não se comeu nada mal! O Universo acertou nos nossos gostos e nós gostámos de nos deixarmos levar!
 

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

A alegoria da água e do azeite

 

Não é possível misturar água e azeite.

A minha físico-química ficou-se pelas salas de aulas há já alguns anos, pelo que não consigo explicar o fenómeno, pelo menos com mais pormenor do que a simples indicação de que o peso de um é menor do que o peso do outro.

Mas imagino o que seria se a água e o azeite, juntos no mesmo copo, tivessem de tomar decisões quanto à melhor estratégia para fugirem dali a sete pés.

- Vamos por aqui, diz a água, explicando que juntos talvez consigam derrubar o copo.

- Por ali, replica o azeite, que não me quero misturar contigo e prefiro safar-me sozinho.

- Vá lá, azeite... Foi tão lindo quando, no outro dia, juntos quase conseguimos derrubar este copo.

- Foi tão lindo esse dia. Tu até parecias uma pessoa decente e, afinal, que desilusão...

- Nunca imaginei que mudasses assim de um dia para o outro.

- Ai eu é que mudei? Tu foste demasiado longe e eu não quero ter-te por perto.

E a água pôs-se a pensar: será que vou desistir...

No meio de toda esta confusão, o homem que mandava ali fartou-se e bebeu tudo o que estava no copo. Andou uns dias mal disposto, mas a partir daí teve o sossego desejado.

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Dia do desassossego



Se fosse vivo José Saramago faria hoje 90 anos.

Para assinalar o dia, estabeleceu a Fundação José Saramago, que hoje é Dia do Desassossego. Dizia o escritor: "Escrevo para desassossegar, não quero leitores conformados, passivos, resignados".

Não me parece haver dúvida de que vivemos um momento em que o dessassossego é fundamental. É preciso questionar e mudar!

E sinto que não só na praça pública mas também na vida privada às vezes é preciso estar um bocadinho desassossegado. Não que a normalidade não seja um sítio muito bom mas, por vezes, é preciso desafios intelectuais e aventuras novas!

Posto isto, vou ali a mais um dia de trabalho rotineiro.

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quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Beja não tem culpa de ESTIG não ser um acrónimo




A construção de estruturas que não têm utilizadores dá que pensar. E quem imaginou que um aeroporto em Beja poderia ter sucesso deve ter-se enganado a si próprio. Digo eu.
 
Mas a minha grande dúvida é esta: ESTIG é um acrónimo?
 
Um acrónimo é uma "uma palavra formada pelas letras ou sílabas iniciais de palavras sucessivas de uma locução".
 
Neste caso, como é que Escola Superior de Tecnologia e Gestão pode ser conhecida como ESTIG? Se ainda fosse a Escola Superior de Tecnologia i Gestão!
 

As histórias de dona Hortênsia e do Dr. Mattos da Cunha, que eram para se cruzar mas não se cruzaram



Dona Hortênsia, a passar agora o seu octogésimo sétimo outono, desde mil novecentos e setenta e quatro que acorda cedo e entusiasmada em dia de eleições, aparecendo logo na abertura das urnas na escola do seu bairro para votar no Partido Comunista. Há alguns meses, ainda passava a sua octogésima sétima primavera, apareceu-lhe uma coisa na perna e o inchaço e a comichão não a deixam viver em paz. Já foi ao médico, que disse que aquilo passava, mas não passou, pelo que decidiu marcar uma consulta da especialidade. Meses de espera e, finalmente, no início de outubro recebe a boa nova de uma consulta no dia catorze de novembro com o Dr. Mattos da Cunha. Ainda faltava um mês e meio, mas dona Hortênsia ficou animada. Chegou finalmente o dia catorze de novembro e dona Hortênsia, sabendo que havia greve, começou a ligar para o hospital às oito horas da manhã. Ficou em espera até às nove horas e desistiu, com medo de não chegar a tempo à consulta. Vestiu a sua melhor roupa e foi apanhar os transportes que a levariam ao hospital. Nada, a não ser uma fila interminável, ali e nos táxis, onde gastaria de bom grado dez dos trezentos e vinte seis euros e catorze cêntimos que recebe mensalmente de pensão. Chegou às dez e quarenta e cinco e bateu com o nariz na porta. Nem médicos nem pessoal administrativo. Só os seguranças de uma empresa privada e alguns auxiliares que queriam entregar os recibos verdes nesse dia. Dez euros e duas horas depois voltou para casa sem consulta mas com comichão.

 
O Dr. Mattos da Cunha acordou tarde nesse dia catorze de novembro, aproveitando que não tinha de ir trabalhar. Tomou um belo pequeno almoço, preparado pela sua empregada, e leu o seu jornal preferido online, lendo com desprezo as notícias da adesão à greve dos mineiros em Trás-os-Montes. Imaginou-os sujos de carvão e a cheirar a suor. Para o almoço estava combinado um almoço com os seus dois filhos, um deles piloto de aviões comerciais, o outro médico como o pai, aproveitando a rara oportunidade em que nenhum deles trabalhava. A sua mulher foi ao centro comercial comprar prendas para os netos, estranhando a quantidade de clientes numa quarta-feira de manhã. Felizmente as lojas tinham reforçado o pessoal para esse dia. O Dr. Mattos da Cunha almoçou no seu restaurante preferido, mas teve de sair relativamente cedo, às quinze horas e trinta minutos, porque as consultas no seu consultório privado começam às dezasseis horas todas as quartas-feiras.

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Felicidade e Normalidade



Há momentos na vida em que estamos tristes, momentos em que estamos felizes e momentos em que estamos simplesmente normais.
 
É nestes últimos momentos que paramos para pensar e refletimos sobre as principais decisões relacionadas com as nossas vidas. Mas é também nestes momentos que temos mais dificuldade em arriscar, porque, apesar de tudo, temos muito mais dificuldade em deitar a perder a normalidade do que a felicidade.
 
A normalidade não é má, é assim-assim, e estamos conscientes do assim-assim, e de que não é mau o assim-assim, enquanto nunca estamos tão conscientes e racionais num momento de grande felicidade. À normalidade habituamo-nos com naturalidade, mas não nos afeiçoamos a ela, nem lhe exigimos mais, porque nos dá aquilo que dá e mais não esperamos.
 
Pelo contrário, da felicidade esperamos sempre mais, afeiçoamo-nos e queremos que seja cada vez mais generosa.
 
Por que razão somos tão injustos com ela?
 

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

A visita de Merkel vista em 2050



Será que em 2050 teremos uma notícia como esta?
 
"No dia 12 de novembro de 2012, a chanceler alemã Angela Merkel visitou Portugal, no âmbito de uma turnê pelo continente europeu, que, segundo alguns historiadores, constitui o marco simbólico do início do Grande Império Alemão do Século XXI, que durou cerca de quinze anos.
 
Após ter conquistado os países do Sul da Europa, protetorados alemães desde 2013, e aí instalado governos inicialmente eleitos pelos povos desses estados, o 21 Jahrhundert Reich virou-se para Norte, ocupando com relativa facilidade as já fragilizadas e isoladas França e Bélgica.
 
(...)
 
No final da década de 20, os russos, liderados por Vladimir Putin e Roman Abrahamovic, e a aliança sino-americana puseram fim a uma ocupação que levou os países da periferia europeia a um desastre económico de que só agora começam a recuperar.
 
Entretanto, em Lisboa, no início da década de 30, foi mandada construir por Vítor Gaspar, ministro plenipotenciário, uma estátua com mais de trinta metros da Nossa Senhora de Fátima, para agradecer a circunstância de Portugal não ter participado na Guerra Total, poupando assim a vida a muitos cidadãos"
 
Esperemos que não!
 

domingo, 11 de novembro de 2012

Um dia no fim de semana - Lado A




O fim-de-semana perfeito inclui um dia de descanso total, de preferência com uma longa passagem pela cama durante a tarde, a ver um filme, uma série (... de jogos de futebol) ou simplesmente a dar e receber miminhos.
 
De manhã, depois de o G. ter bebido a sua dose de leite, o pequeno almoço ideal é tomado fora, de preferência em versão brunch, com um jornal ou um livro à mão, para relaxar e alimentar a tarde que se avizinha.
 
Apesar de já termos testado vários, o Deli Delux continua a ser o meu preferido: qualidade e quantidade na dose certa com vista para o Tejo.
 
 
 
 
A tarde é um sonho tornado realidade.
 
Descansados e felizes, mas com fome, apetece jantar, fora fora ou fora em casa, mas certamente com uma comida que ajude o palato a terminar o dia com um sorriso.
 
 

 

Um dia no fim de semana - Lado B


Não podia concordar mais!

Para mim é essencial um dia assim por semana, para restabelecer o equilíbrio. A dose certa de tempo fora de casa, para sentir o ar na cara, ver as cores que o dia contém, e a dose certa de tempo de puro descanso por casa. Tudo ao ritmo que apetece, sem pensar em nada que provoque stress!

Claro que agora com o G se tornou menos descomplicado este plano, porque temos de acomodar as rotinas e brincadeiras dele, mas acho que nos temos safado bem!

A minha única questão é: porque é que este fim de semana não fizemos nada disto...?

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

A exceção não confirma a regra!

Há expressões que são especialmente irritantes pela forma como são utilizadas.
 
Claro que, se não há regra, não pode haver exceção. Portanto, uma exceção confirma a existência de uma regra! Por exemplo: É proibido estacionar (regra), salvo caso de emergência (exceção)!
 
Agora, numa discussão científica, quando se está a testar determinada conclusão e se encontra uma ocorrência que a contradiz, não podemos simplesmentar argumentar com a fatalidade de a exceção confirmar a regra, como se até tivessemos de encontrar uma exceção para fazer prova da teoria apresentada. Não! Se uma ocorrência contradiz a teoria em teste, essa contradição tem de ser explicada com base na sua racionalidade.
 
Há pouco ouvia na apresentação de um estudo que os países do Sul da Europa desconfiam mais dos tribunais do que os do Norte, sendo o Chipre a exceção que confirma a regra. Não! O Chipre não confirma esta regra. O Chipre desmente-a. O que não quer dizer que não possamos afirmar que existe uma tendência no sentido da teoria apresentada, mas temos de encontrar argumentos racionais para explicar qual a razão para os cipriotas não desconfiarem tanto dos tribunais como os cidadãos de outros países do Sul da Europa.
 
 

Lado B das últimas coisas

Sobre Isabel Jonet, gostaria de dizer que é muito interessante a discussão a que temos assistido nos últimos dias. A sua declaração é corajosa e tem um conteúdo político assinalável. Discordo, naturalmente, de tudo o que diz. Mas não deve ser deavalorizado,apenas discutido.
 
Nós, os portugueses, temos de discutir que modelo de Estado queremos: (i) um Estado que promova a distribuição de riqueza, tratando com igual dignidade todas as pessoas e exigindo de todos nós o esforço, por via representativa, através da decisão política, no sentido de que as desigualdades sejam minimizadas; (ii) um Estado que garanta aos mais ricos e poderosos a segurança necessária para os proteger dos mais pobres, evitando que estes se revoltem por via de algum - mas não muito, porque estamos em crise - apoio, apoio complementado por ações (privadas) de solidariedade que criem uma sensação de gratidão em relação a esses ricos e poderosos.
 
 
 
As personagens de Mafalda também têm, como penso ser reconhecido, conteúdo político assinalável, por isso resistindo ao tempo e confrontando o dia-a-dia de cada um de nós, entre as Susanitas e as Mafaldas que por ainda andam, mais ou menos próximas das caricaturas.
 
Nos Estados Unidos da América também este debate se travou, com grande honestidade intelectual e clara apresentação de dois projetos políticos distintos. Ganhou Obama e ainda bem! Apenas porque o seu projeto está mais próximo do primeiro modelo de Estado que descrevi e que prefiro, sem dúvida!

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

A emoção das eleições

Nas eleições nos Estados Unidos a emoção é palpável. As pessoas entusiasmam-se e vibram e acreditam!
 
No Empire State Building foram instaladas barras luminosas que foram subindo ao longo da noite, à medida que iam sendo conhecidos os resultados!


E era tão bom um bocadinho deste entusiasmo por cá!

 
E já agora também não se perde nada com um pouco de humanidade.

Haverá tempo para o conteúdo mais tarde...!

Como??!

O título alternativo seria "Essas pessoas que têm a mania que podem comer bifes todos os dias", mas era muito grande...!
 
Isabel Jonet
 
Ela não disse que essas pessoas [os pobres] têm de ser ajudadas, sobretudo para não ficarem completamente enraivecidas contra a falência total de um sistema que não lhes permite ficarem integradas. Nem que as pessoas têm de perder a mania de que podem comer bifes todos os dias. Fui eu que ouvi mal, certo?
 
 

domingo, 4 de novembro de 2012

Casa de sonho



O objectivo deste post é unicamente o de registar ideias para daqui a uns tempos poder ver como era parva...!

De vez em quando vamos ver casas, normalmente completamente fora do nosso possível orçamento, só para ver o que há por aí e sonhar.

Quando penso na minha casa de sonho, há inúmeras características que me vêm à cabeça, nem todas compatíveis umas com as outras...

Idealmente teria:

Vista para árvores ou o mar
Um pequeno jardim
Uma cozinha americana
Muita luz
Silêncio à volta
Muito comércio acessível a pé
Não seria um R/C para não me sentir insegura
Nenhum trânsito para aceder ao trabalho (e no máximo a 15 minutos de caminho)
Aquecimento central
Jacuzzi exterior (eu avisei que envolvia parvoíce...)
Montes de lugares para toda a gente estacionar

Ahh e claro, tudo por uns € 100 000, pode ser?

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terça-feira, 30 de outubro de 2012

Cortar a direito


Enquanto juristas muitas vezes amigos ou conhecidos nos perguntam qual é a solução jurídica para determinado problema.
 
A questão é que o direito, principalmente no âmbito do direito da família, está pensado para resolver as questões apenas quando as pessoas não conseguem sozinhas chegar a uma solução. É a resposta extrema, que na maior parte das vezes não é a mais adequada àquelas pessoas em concreto.
 
As relações são complexas e únicas e, na maior parte das vezes, a minha resposta quando confrontada com essas perguntas é: "mas tenta perceber porque é que ele está a agir dessa forma" ou "mas tentem primeiro encontrar uma solução de compromisso...".
 
Não é por mal. É que normalmente quando duas pessoas próximas discutem com base no direito em vez de discutirem com base nos sentimentos o caldo está entornado... 

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As letras pequenas da vida



Esta manhã, a caminho da escola do G., continuei a ouvir o CD de Jorge Palma, Com todo o respeito, comprado no último fim-de-semana.
 
A faixa 8 chamou-me a atenção, em especial os versos que aqui deixo.

 
Fui à última instância, enchi-me de brio
li a Constituição toda de fio a pavio
havia um artigo que lido com atenção
era como nos seguros: a gente nunca tem razão
 
("Uma Alma Caridosa", de Jorge Palma)
 
 
Amanhã seguimos - eu e o G. - para a faixa 9, que hoje a 8 ficou em modo repeat...
 

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Final de dia




Não consigo imaginar melhor programa depois de um dia atarefado:
 
- Jantar um robalo no forno com batata doce e castanhas; e, já com o G. na cama,
 
- Deitar-me a teu lado a ver um episódio do Downton Abbey!
 
Até amanhã

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sexta-feira, 26 de outubro de 2012

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Não é preciso tirar o cavalinho da chuva


E se pudessemos andar à chuva sem nos molharmos? Estar no meio de um temporal, à noite, a ver a água a brilhar e a cair à nossa volta, sequinhos?
 
Pois, é possível! Basta apanhar um avião para Londres!
 
No Barbican foi criada a "rain room". Os visitantes entram numa sala onde está a chover torrencialmente mas a água é repelida à medida que se movimentam.
 
Deve ser uma sensação maravilhosa estar rodeado de uma cortina de água.

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quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Benfica / Barcelona



Um regresso ao Estádio do Sport Lisboa e Benfica, algum tempo depois da última incursão, para ver um jogo da Liga dos Campeões contra o Barcelona.
 
Era a oportunidade perfeita para ver o Barcelona jogar ao vivo.
 
Não gostei. Mérito para quem inventou o sistema, por ser quase infalível! Mas, em termos de espetáculo, é aborrecido. Um jogo de rabia não é um grande espetáculo para 90 minutos, mesmo que os executantes sejam brilhantes. E foi a isso que assistimos ontem... imaginando que seja igual em todos os outros jogos.
 
Para além disso, descobri ontem outra faceta dos jogadores do Barcelona: passam o jogo a reclamar, a atirar-se para o chão, a amuar... e até a puxar a camisola ao árbitro!
 
PS: o Carlos Xistra teve nota positiva. Já pode avançar para o segundo ano, onde irá aprender a disfarçar um pouco melhor...
 

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Guia de Paris #7 - Teatro


J'aime beaucoup que ce vous faites, uma peça de teatro muito divertida a que tivemos oportunidade de assistir no Palais des Glaces.

É a história de um casal que vive fora da cidade e recebe a visita de uns amigos parisienses. No caminho, na sequência de um telefonema feito por engano, os espectadores tornam-se cúmplices dos anfitriões, ficando-se a saber o que é que os seus amigos pensam deles.

Um quiproquó, tal como nos disse o rapaz do turismo que nos recomendou este espectáculo, com algumas dúvidas sobre a nossa capacidade para perceber as piadas!

Chegámos ao edifício meia hora antes do início da peça e já se formara uma fila, lá fora, num dia de chuva, com as pessoas à espera da abertura das portas. Os lugares eram marcados, mas não quisemos ser diferentes. A fila foi aumentando e os amigos aproveitavam para pôr a conversa em dia.

Porque não? Uma boa forma de socialização. Se as pessoas estão à conversa, de pé e na rua, no Bairro Alto, porque não estar à conversa, de pé e na rua, antes de ir ao teatro?

E agora, sempre que fazemos um brinde, dizemos:
- "Chin"
- "Japon"

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Guia de Paris #6 - Televisão francesa




Um guia de uma cidade não inclui normalmente qualquer referência à televisão desse país. É pena!
Eu gosto, sempre que posso, de passar os olhos pelos programas que estão a dar. Não há melhor forma de sentir um país ou uma cidade. Dir-me-ão que para isso não é necessário fazer dois mil quilómetros, bastando sintonizar esses mesmos canais em Portugal. É parcialmente verdade, mas: porque não? Por um lado, nem todos os canais estão disponíveis. Por outro lado, a televisão está ali à mão e pode ser uma ótima oportunidade para relaxar e sentir o país em simultâneo.
Ao contrário das nossas belas e outros programas inenarráveis de entretenimento de sábado à tarde nos canais generalistas, a dificuldade neste caso foi escolher o canal.
Fixei-me por momentos num programa de humor (essencialmente político) muito divertido, estando a passar todos os programas da semana. Para além das rábulas relativas à excessiva normalidade de François Hollande, ficou na memória um sketch a caricaturar a aborrecida vida de Sarkosy com Carla Bruni depois de sair do Eliseu.
Noutro canal, pouco depois, deparei-me com uma reportagem sobre a humorista Florence Foresti, que está a ter um enorme sucesso em França. Esteve ao longo do último ano a preparar intensamente, com treinos de dança e de voz, um espetáculo que encheu Bercy durante várias noites. Uma reportagem bem feita é a chave para prender o espectador.
Um concurso entretido e dinâmico, em que se premeia os conhecimentos e não a sorte, também nos prendeu a atenção durante uns minutos.
De resto, notícias breves, mas com conteúdo, certamente diferentes daquelas que estão a ser repetidas hora a hora nos canais de notícias por onde não passei...
Ao fim da noite, ainda tive a oportunidade de assistir a uma fantástica reportagem sobre trabalhos (e trabalhadores) de verão em França. Diferentes tarefas, diferentes perspetivas, uma grande reportagem...

Guia de Paris #5 - Piquenique

Da última vez que tínhamos estado em Paris fiquei espantada com a quantidade de pessoas que se via a fazer piqueniques.
 
Grupos grandes ou apenas um casal, em jardins ou sentados no cimento à beira do Sena. Copos de vinho e uma garrafa, uma baguete, queijo e era tudo... Com um aspeto simples e casual.
 
Claro que fiquei cheia de inveja e desta vez insisti que tínhamos de fazer um piquenique também! Ele não é lá muito dado a eventos do género - diz que lhe fazem lembrar tachos de feijoada e churrascos no meio da mata, com metade da casa atrás - mas estava mais ou menos convencido.
 
O problema foi que no dia em que nos íamos recostar na margem do Sena a bebericar vinho tinha estado a chover e o chão estava molhado...
 
Tivemos de arranjar um alternativa. O mesmo menu mas sentadinhos em cadeiras numa esplanada. Segundo Ele, todos os prós sem nenhum dos contras.
 
 
Claro que foi óptimo! (e o queijo era absolutamente delicioso...) Mas não é a mesma coisa!

domingo, 30 de setembro de 2012

Guia de Paris #4 - Pâtisseries

Qual é o fenómeno que faz com que apeteça comer absolutamente tudo o que está exposto numa pâtisserie francesa?



Tudo parece acabadinho de sair do forno da avó da senhora que está a atender!
 
A dificuldade está em escolher...
 
No meu caso não dá para abdicar do croissant. Portanto a coisa resume-se a saber o que comer depois do croissant. Desta vez estava numa de macarrons. Cada dia um sabor diferente. Acho que o vencedor foi o macarron de limão - mas nem perto de destronar o croissant!
 
 
Adoro este vídeo que ilustra bem as maravilhas e os dilemas associados às pâtisseries.

sábado, 29 de setembro de 2012

Guia de Paris #3 - Alugar uma casa

Começámos à procura de hotel mais de um mês antes da viagem mas já não fomos a tempo... Já só havia hotéis caros ou hotéis que nos faziam duvidar seriamente das suas condições de salubridade...

Então decidimos arriscar arrendar uma casa. Há muitos sites de aluguer de curta duração e já tinha visto em vários blogs, por isso decidimos arriscar...

E não é que correu tudo bem?

Procurámos aqui. Contactámos por e-mail vários proprietários de casas que nos agradaram e quase todos responderam rapidamente. Infelizmente já era em cima da hora, pelo que as melhores casas já estavam ocupadas.

Finalmente tudo se conjugou com o Nicolas e reservámos esta casinha.

 
Ficava mesmo no centro do Marais, perto do metro e a uns dez minutos a pé da Notre Dame.
A entrada da rua dava acesso a um pátio interior que por sua vez servia de entrada a vários prédios. O pátio interior parecia tirado de um filme, com hera a cobrir as paredes e pedra cinzenta a forrar o chão.
 
A nossa casinha era um estúdio no último andar de um dos prédios com um vista espantosa sobre os telhados de Paris.
 
 
Estávamos cheios de medo de chegar lá (ainda por cima chegámos quase à meia noite) e que ninguém nos viesse abrir a porta. Já tínhamos feito um filme completo: ficámos sem o dinheiro (porque já tínhamos pago pelo PayPal) e ainda temos de dormir na rua porque vai ser impossível arranjar um hotel àquela hora.

Mas não...

Ligámos quando chegámos e passados poucos minutos apareceu a mãe da dona da casa para nos abrir a porta. E era tão francesa que estava a comer uma baguete antes de nós chegarmos (!) e pediu muito desculpa por ainda não ter limpado as migalhas.

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Guia de Paris #2 - Bicicleta do Marais à Torre Eiffel


 
Depois de uma experiência menos bem sucedida à porta de "casa", por falta de bicicletas e problemas técnicos, e já com o assunto do croissant arrumado, e bem arrumado, voltamos a tentar pegar em duas bicicletas e passear por Paris.
 
Missão cumprida: duas bicicletas destrancadas e a funcionar! Viva o Vélib!
 
Partimos do Hôtel de Ville, à porta do Marais, e só paramos no Pont de l'Alma, já com a Torre Eiffel à vista.
 
 
 
Uma aventura. O trânsito em Paris é intenso e aquela estrada, com a Sena sempre a nosso lado, está em obras, passando de três para duas vias em algumas partes do trajeto, obrigando a uma incursão no passeio e à utilização das passadeiras para os peões.
 
(A rotunda do Arco de Triunfo, de carro, não é uma aventura menor, diga-se!)
 
Uma experiência a repetir, sem dúvida, pela intensidade com que se vive a cidade.

Guia de Paris #1 - Joana Vasconcelos em Versailles

Este fim-de-semana deixámos o G muito bem disposto com os avós e fugimos até Paris. É uma cidade que eu adoro porque dá vontade de passear. Tudo é plano, a arquitectura coerente e linda, as pessoas vestidas com estilo (cada um com o seu, é certo... e alguns um tanto ou quanto duvidosos, mas, sem dúvida, criativos), comidinha boa e uma vida cultural animada.
 
Uma das coisas a não perder era a exposição da Joana Vasconcelos, em Versailles.
 
Já conhecia o Palácio e já tinha visto algumas das peças da Joana Vasconcelos ao vivo, mas as duas coisas juntas tornam-se improvavelmente espantosas.
 
Acho que tem a ver com o inesperado, com a junção de duas realidades quase opostas. O estilo sumptuoso, majestoso, conservador (e dourado!) do espaço com a modernidade das peças. Para além disso, as peças expostas, pela sua dimensão, enchem os espaços e tornam-nos mais apelativos do que as meras salas vazias.
 
A primeira peça que vimos foi o coração independente preto, nada mau para começar, mas logo a seguir o vermelho que para mim funcionava ainda melhor pelo contraste do vermelho com o dourado da sala.

 

Umm... note-se só que as fotos não fazem mínima justiça...
 
 
 
Não faltavam os sapatos da Marilyn e uma peça: O que é isto??!
 
 
Fiquei maravilhada com a expressão atenta dos Guardas.
 
 
E com o Vitral.
 
 
Achei as Valquírias assim-assim; os materiais usados eram bonitos mas depois ficava demasiado confuso, formas e texturas e padrões a mais.
E o Lilicóptero era estranho mas imponente. Feminino e boémio.
 
E depois vieram os jardins. Espectaculares só por si (apesar da chuvinha que nos fez companhia) e magníficos com os Blue Champagne.
 
 
 
Valeu muito a pena e é, sem dúvida, um caso em que ambas as partes ganham - o espaço fica valorizado e as peças ganham outra dimensão pela envolvência.
 
A única coisa que me deixa triste é que seja em França e não em Portugal. Os portugueses não o saberiam valorizar? Não há condições, nem apoios suficientes? É melhor para o currículo da artista que seja no estrangeiro? Provavelmente todas elas.